Zoo de Brasília segue fechado e sem data para reabrir, mesmo com país livre da gripe aviária; entenda

  • 20/06/2025
(Foto: Reprodução)
Zoológico registrou dois casos positivos do vírus em aves silvestres; o mais recente foi confirmado nesta segunda. Classificação como 'país livre' considera apenas granjas comerciais. Zoológico de Brasília fechado após casos de gripe aviária TV GLOBO/Reprodução O Brasil se declarou um país livre de gripe aviária na tarde da última quarta-feira (18), após ficar 28 dias sem registrar novos casos em granjas, informou o Ministério da Agricultura. A notícia representou um alívio para os produtores brasileiros de frango, que poderão retomar a exportação para países que restringiram a compra no último mês. O Brasil é o maior exportador de carne de frango do mundo. O anúncio não impactou, no entanto, a situação do Zoológico de Brasília – que segue fechado por tempo indeterminado após registrar dois casos do vírus H5N1 em aves silvestres. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 DF no WhatsApp Mas... Se o Brasil é um "país livre da gripe aviária", por que o Zoológico não reabre? O g1 explica pra você no texto abaixo, em cinco perguntas: Qual o status da gripe aviária no Brasil? O que houve no Zoo de Brasília? Qual é o risco gerado por esses casos? Por que o Zoo ainda não foi reaberto? Qual prazo o governo vai adotar até a reabertura? Gripe aviária: Zoológico de Brasília continua fechado após segunda confirmação Qual o status da gripe aviária no Brasil? Segundo a subsecretária de Defesa Agropecuária do Distrito Federal, Danielle Cristina Kalkmann Araújo, embora seja "novidade" no Brasil, o aumento dos casos de gripe aviária é realidade em outros países já há alguns anos. O problema é que o vírus também infecta aves migratórias – incluindo aquelas que cruzam entre o Hemisfério Norte e o Hemisfério Sul, ano após ano, para fugir do frio. Ao migrar, os bandos acabam espalhando a doença. "Os Estados Unidos vêm passando por uma situação muito complicada há algum tempo. Há casos no Chile, em outros países da América do Sul, e o Brasil até agora vinha escapando", explica Danielle. O Brasil chegou a registrar alguns poucos casos de infecção confirmada desde 2023 – mas sempre no litoral, por onde as aves migratórias costumam passar, e nunca em uma granja comercial. Em 2025, o cenário mudou: houve casos em Minas Gerais, no DF, no Mato Grosso... e em uma granja comercial de Montenegro (RS), em maio. "A nossa maior preocupação é sempre com a avicultura comercial, com os embargos que o Brasil sofreu. O DF também é um grande exportador de aves. Então, todas as ações de controle são para evitar que casos em aves silvestres gerem casos em aves de subsistência ou no plantel comercial", diz Danielle. 🦚 as aves silvestres são os pássaros nativos ou migratórios, de vida livre ou criadouro, que não são criados com uso comercial (para gerar carne, ovos ou penas, por exemplo); 🐓as aves de subsistência são aquelas criadas em pequena escala, para alimentar a própria família do criador ou para vender na feira da cidade; 🦃 as aves comerciais são aquelas produzidas em granjas de grande porte, que enviam a produção para outras cidades, para outros estados ou para fora do país. Voltar à lista Brasil se declarou livre da gripe aviária depois de 28 dias sem nenhum caso em granjas comerciais O que houve no Zoo de Brasília? O zoológico de Brasília registrou duas mortes de aves pelo H5N1 um irerê (espécie migratória de pato), detectado em 28 de maio e confirmado em 3 de junho; um emu (espécie de ema da Austrália), detectado no dia 12 e confirmado em laudo no dia 16. Um pombo também foi encontrado morto na área do parque, mas a suspeita de gripe foi descartada. O irerê provavelmente estava passando pela região e morreu no zoo; o emu fazia parte da "coleção" do zoológico. "O recinto dos emus fica perto do laguinho, onde está sempre muito cheio de irerê e de outras aves. Ainda estamos investigando, mas pode ter acontecido algum contato com as aves, ou com fezes que tenham caído das aves em voo", explica Danielle Kalkmann. Voltar à lista Governo do Distrito Federal confirma caso de gripe aviária em zoológico Qual é o risco gerado por esses casos? Para os humanos, o risco é perto de zero. As restrições que surgem quando um caso é confirmado existem para evitar a contaminação de grandes contingentes de aves – em granjas, por exemplo –, o que poderia levar a prejuízos econômicos e facilitar a criação de variantes mais perigosas da doença. Segundo a subsecretária de Defesa Agropecuária do DF, há cerca de 200 casos de infecção humana pelo H5N1 já registrados em todo o mundo. Todos, de pessoas que têm contato próximo e constante com aves – tratadores ou veterinários, por exemplo. Em resumo, não há nenhum risco para: quem visitou o Zoo em maio, antes da interdição: o prazo máximo de incubação já acabou, o que significa que não há chance de a infecção estar "dormente" até agora; quem consome frango ou ovos produzidos no DF: o vírus H5N1 não sobrevive à temperatura de cozimento desses produtos. Já para quem cria frango ou outras aves em casa, a recomendação é simples: manter as aves em locais fechados, como galinheiros telados, para evitar o contato com eventuais aves migratórias infectadas ou os dejetos delas; não entrar em contato direto com aves sabidamente infectadas ou aves mortas de origem desconhecida. Voltar à lista Brasil se declara livre da gripe aviária nesta quarta Por que o Zoo ainda não foi reaberto? Para entender o cuidado necessário com esses casos, Daniela traça o paralelo com outro vírus que acabou saindo de controle nos últimos anos: o SARS-CoV-2, responsável pela pandemia de Covid. "Na época, nós falamos bastante da questão do isolamento. Estamos tomando ações de biossegurança para evitar o trânsito de animais, de pessoas, de veículos, porque tudo porque ser veículo para o vírus. Se você pisa em algum lugar contaminado, pode estar espalhando a contaminação para o restante do zoo -- e até para fora do zoológico", explica. As medidas de restrição alcançaram inclusive a área externa do Zoológico e o trânsito dos próprios animais – a "permissão" para alguns bichos visitarem o recinto dos emus, por exemplo, está temporariamente suspensa. O trabalho de desinfecção iniciado no fim de maio, com a detecção do primeiro caso, ainda não terminou. A rotina é repetida diversas vezes, até que haja uma segurança de que o risco foi eliminado. "A gente só vai abrir quando for seguro para a população, mesmo considerando que o risco é baixo", resume Daniela. A decisão de quando reabrir o zoo será tomada pela Secretaria de Agricultura do DF, que abriga o Serviço Veterinário Oficial da capital. Voltar à lista Qual prazo o governo vai adotar até a reabertura? O anúncio de "país livre da gripe aviária" foi possível nesta semana porque o Brasil conseguiu completar 28 dias sem um novo registro em granjas comerciais. Mas por que 28 dias? A contagem, segundo Danielle, tem a ver com o período de incubação do H5N1 em aves comerciais – ou seja, o tempo máximo entre o contágio e o início dos sintomas. "Esse período de 28 dias é usado porque a incubação do vírus varia de algumas horas até 14 dias. Por regra de segurança, a gente fala em dois períodos de incubação completos para garantir a liberação do local", explica. Esse prazo, no entanto, não necessariamente se aplica ao zoológico. Isso, porque cada espécie tem um prazo de incubação diferente para cada vírus, e essas combinações não foram mapeadas com precisão "Hoje, no zoológico, ainda não é possível dizer quantos dias a gente vai aguardar. Ainda é muito recente, o emu é uma ave do plantel que teve contato com outras aves. Estamos acompanhando as aves do recinto, não há um prazo específico", resume Daniella. Voltar à lista LEIA TAMBÉM: GRIPE AVIÁRIA EM HUMANOS: entenda os pontos de alerta sobre letalidade, mutações e vacina Leia outras notícias da região no g1 DF.

FONTE: https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/2025/06/20/zoo-de-brasilia-segue-fechado-e-sem-data-para-reabrir-mesmo-com-pais-livre-da-gripe-aviaria-entenda.ghtml


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