Tarcísio diz que 'tudo caminha' para Unicamp manter gestão do Hospital de Sumaré, mesmo com concorrência em andamento
28/06/2025
(Foto: Reprodução) Governador afirma que chamamento público ocorre para 'resolver situação jurídica'. Universidade gere hospital há 25 anos, mas contrato vale até julho. 'Tudo caminha para que haja manutenção da Unicamp no Hospital de Sumaré', diz governador T
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou, neste sábado (28), que "tudo caminha" para que a gestão do Hospital Estadual de Sumaré (HES) continue com a Unicamp, que administra a unidade há 25 anos por meio de um convênio.
A afirmação de Tarcísio, feita neste sábado (28) durante agenda oficial em Sumaré, ocorre mesmo antes da conclusão do chamamento público aberto para que organizações sociais (OSs) disputem a gestão do hospital. A Unicamp é uma das concorrentes, de acordo com Tarcísio.
Segundo o governador, a concorrência serve para "resolver uma situação jurídica". Tarcísio definiu como "vínculo contratual frágil" a atual parceria com a Unicamp para gestão da unidade.
"Mas tudo caminha para que haja a manutenção da Unicamp no Hospital de Sumaré", completou.
"Tinha que fazer um chamamento público para resolver e regularizar uma situação jurídica. Então era fundamental, e a gente sempre deixou isso claro, que a gente ia fazer um chamamento público para vencer possíveis irregularidades - a gente tinha um vínculo contratual frágil".
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HES/UNICAMP
"Eu sempre disse: a Unicamp pode participar [do chamamento]. É e o que está acontecendo, ela está participando do chamamento. Vencendo o chamamento, ela continua, só que, obviamente, tem outras métricas no contrato, fica mais fácil também de a gente cobrar determinados resultados", completou Tarcísio, sem detalhar as métricas.
A polêmica
Com contrato em vigor até julho de 2025, a Unicamp teme perder a gestão do Hospital Estadual de Sumaré por conta da não renovação do convênio.
A universidade até pode seguir à frente da unidade, mas para isso precisará vencer um processo de chamamento público.
Em fevereiro, a Secretaria de Estado da Saúde informou apenas que o chamamento atende "às diretrizes da lei nº 846/1998 ".
Com isso, pela lei destacada pela pasta, apenas Organizações Sociais (OSs) podem participar do processo licitatório. Apesar de ver essa opção como último recurso, a Unicamp se movimentou para alterar o estatuto de uma de suas fundações para OS a tempo de participar da iminente concorrência.
Risco de 'efeito dominó'
Ainda em fevereiro, a Diretoria Executiva da Área de Saúde (Deas) afirmou que, se o processo do chamamento avançar, ele irá provocar um "efeito dominó", uma vez que a Unicamp também faz a gestão do Hospital Regional de Piracicaba, com contrato até 2027, e de AMEs em sete cidades paulistas.
"Isso [transferir a gestão às OSs] vem acontecendo com diversas unidades que são propriedade da Secretaria do Estado, mas apesar de ter mais de dez anos esse processo, nunca se aplicou às estruturas que a Unicamp vem fazendo a gestão. Apesar de existir lei que embasa essa transferência para organizações sociais, isso nunca foi apresentado como uma necessidade para a Universidade de Campinas. Sempre celebramos convênios e prosseguiu assim", detalhou Oswaldo da Rocha Grassiotto, professor da Faculdade de Medicina e diretor executivo da Deas na época.
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Segundo o diretor, a Secretaria de Estado da Saúde comunicou, em 2024, a intenção do chamamento para gestão por OSs, o que impactaria o HES agora, e futuramente o Hospital Regional de Piracicaba e os AMEs.
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