Após troca de prisioneiros, Rússia ataca a capital da Ucrânia
23/05/2025
(Foto: Reprodução) Segundo o exército ucraniano, Kiev foi alvo de mísseis e drones na noite desta sexta (23). Neste mesmo dia, Ucrânia e Rússia disseram ter trocado 270 prisioneiros de guerra e 120 civis cada. Ataques russos na Ucrânia nesta sexta (23)
AP Photo/Alex Babenko
A capital da Ucrânia foi alvo de um ataque combinado de drones e mísseis vindos da Rússia na noite de sexta-feira (23). Segundo a agência de notícias Associated Press, explosões e disparos de metralhadora ouvidos por toda a cidade.
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Destroços de mísseis e drones interceptados caíram em pelo menos quatro distritos da cidade, informou Tymur Tkachenko, chefe interino da administração militar de Kiev, no Telegram.
Segundo ele, seis pessoas ficaram feridas e precisaram de atendimento médico. Além disso, dois incêndios foram registrados no distrito de Solomianskyi. Moradores procuram abrigo nas estações subterrâneas do metrô.
Moradores de Kiev se abrigam no metrô durante ataque russo
AP Photo/Illia Novikov
Antes do ataque o prefeito da cidade, Vitalii Klitschko, alertou sobre mais de 20 drones russos de ataque em direção a capital.
A ofensiva ocorre no mesmo dia em que a Rússia e a Ucrânia confirmaram a troca de 270 prisioneiros de guerra e 120 civis —ou seja, 390 russos e 390 ucranianos foram libertados.
A informação foi adiantada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
"Uma grande troca de prisioneiros acaba de ser concluída entre a Rússia e a Ucrânia. Ela entrará em vigor em breve. Parabéns aos dois lados por essa negociação. Isso pode levar a algo grande???", escreveu Trump em sua rede social Truth Social.
Os países, em guerra desde fevereiro de 2022, concordaram em negociações diretas em Istambul a libertação de mil prisioneiros cada, o que seria a maior troca desde o início da guerra.
Prisioneiros de guerra ucranianos posam para foto após serem libertados em troca entre Ucrânia e Rússia em 23 de maio de 2025.
Divulgação/Presidência da Ucrânia
A troca de foi acordada no início do mês, em negociações diretas em Istambul, durante a primeira rodada de negociações diretas entre Rússia e Ucrânia em mais de três anos.
Zelensky afirmou que a troca desta sexta-feira é "a primeira etapa" da troca "1.000 por 1.000", acordada entre os países. A Defesa russa também confirmou que a troca continuará nos próximos dias.
Prisioneiros de guerra ucranianos libertados em troca entre Ucrânia e Rússia em 23 de maio de 2025.
Divulgação/Presidência da Ucrânia
Guerra da Ucrânia
Imagem de 2021 mostra veículos militares russos na fronteira com a Ucrânia.
Jornal Nacional/ Reprodução
O ministro das Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov, afirmou nesta sexta-feira (23) que um documento base para um cessar-fogo na guerra da Ucrânia está com estágio "avançado". O memorando deveria ser elaborado conjuntamente por Rússia e Ucrânia, mas os russos estão fazendo uma versão e a entregarão aos ucranianos, segundo Lavrov.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou na quinta-feira a criação de uma zona-tampão ao longo da fronteira com a Ucrânia, a primeira desde o início da guerra.
A zona-tampão, anunciada por Putin, ao longo da fronteira com a Ucrânia será a primeira zona desmilitarizada da região desde o início da guerra entre os dois países, há mais de três anos.
"Foi tomada a decisão de criar uma zona de segurança ao longo da fronteira entre a Rússia e a Ucrânia. As Forças Armadas russas estão atualmente abordando essa questão", disse Putin, segundo a Tass.
Uma zona-tampão é uma área estabelecida normalmente por dois países em guerra na fronteira ou em regiões de combate para ficar desmilitarizada. Em geral, tropas da Organização das Nações Unidas (ONU) passam a controlar a área para garantir que não haverá ataques nela.
No ano passado, a Ucrânia chegou a dizer que pretendia criar uma "zona tampão" na região fronteiriça, mas não avançou na questão. Kiev ainda não havia se manifestado sobre o anúncio da Rússia desta quinta até a última atualização desta reportagem.
Ucrânia aceitou negociar uma trégua na guerra com a Rússia que já dura mais de 3 anos
Fumaça é vista sobre Kiev após ataque russo em 7 de novembro de 2024
REUTERS/Gleb Garanich